terça-feira, 9 de novembro de 2010

Odisseia - Homero


Lembro-me da primeira vez que li a Ilíada e a Odisseia de Homero em 2005. Fiquei extasiado com a dimensão daquelas epopéias, de modo que ficou difícil apontar uma das duas como a minha preferida. Passados cinco anos, eis que me debruço novamente sobre elas, e ao invés de sanar a minha dúvida e escolher uma das duas, a confusão apenas aumenta. Em julho reli a Ilíada. Agora, em novembro, foi a vez da releitura da Odisseia. Ítalo Calvino afirma que um clássico é um livro que, mesmo passando muito tempo desde sua escrita, ainda tem algo a nos dizer, e que sempre precisa ser relido. O fato dessas duas epopéias de Homero serem clássicos acredito que seja inquestionável. Fonte de inspiração para a literatura ocidental, as duas epopéias inspiram escritores até os dias de hoje. A Ilíada, grosseiramente falando, trata de um relato de guerra em que o orgulho é trama central e traz proporções mais que humanas ao destino de deuses e guerreiros. A Odisseia, por sua vez, é mais romântica, se é que a podemos classificá-la dessa forma. As aventuras de Odisseu, seu amor por Penélope, o desejo de voltar para casa, para os braços da esposa dileta, tudo isso cantado de forma grandiosa e com técnicas narrativas que prendem o leitor desde a primeira página. A cronologia não se dá da maneira linear. Começamos a epopéia com Telêmaco indo em busca de informações sobre seu pai, ficamos sabendo de acontecimentos ocorridos depois da queda de Troia. Depois o foco narrativo nos leva a contemplar Odisseu, e é o próprio personagem quem vai narrar suas desventuras e aventuras pelo mundo antes de se encontrar na terra dos Feácios, prestes a voltar para casa. Depois voltamos ao presente dos acontecimentos e acompanhamos ao lado dos personagens principais o desfecho da aventura. A epopéia homérica é tão grandiosa, que com o advento do modernismo na literatura, ela não foi deixada de lado, sendo retomada por um dos maiores escritores da literatura, James Joyce, com seu grandioso Ulisses. Os clássicos homéricos, marcos na literatura ocidental, são exemplos de que, como diz Calvino, um clássico nunca terminou de dizer o que tinha para dizer. Elejamos nossos clássicos (já que não podemos ler todos) e boa leitura a todos nós.