domingo, 24 de agosto de 2008

construção

O ser humano é o que ele aprende a ser. Mas o que será que eu aprendi? Não gosto de literatura porque é algo inato em mim. Gosto porque aprendi a gostar, porque enxerguei nela possibilidades que de certa forma faziam (e ainda fazem) com que esse mundo real, cru, e cruel, se tornasse mais poético pra mim. Não sou esse ser romântico porque é algo inato em mim, ou porque Júpiter está desalinhado, ou por qualquer baboseira astrológica dessas. Sou romântico porque aprendi a ser assim, porque acreditar num mundo possível, desses que existem nas páginas dos livros e nas telas do cinema, faz com que o mundo seja mais suave. Aprendi a ser o que sou. Não nasci assim, não nasci pré-disposto a nada. Nasci vazio. E tudo o que hoje transborda em mim é fruto do que me ensinaram a ser.

domingo, 10 de agosto de 2008

infinito e eterno

Não quero acreditar que o homem é um acidente biológico ou evolutivo. Mas também não quero aceitar que estamos condenados a vagar pela eternidade. Não quero viver muito, nem pra sempre, mas também não quero viver tão pouco. Não quero estar em outros universos, cosmos e galáxias, mas não quero ser somente esse acidente evolutivo incapaz de nada diante da imensidão de tudo. Não quero só passar pela vida e pelo tempo, mas também não quero que o tempo seja infinito pra mim. Não sei se quero saber e entender a vida, ou se quero apenas enxergá-la passar, se acabar, dia a dia, nessa grandiosidade infinita dos fatos e do tempo. Não sei o que sou, nem o que irei me tornar. E não sei se viver faz algum sentido. Deve fazer? Ou é apenas um acidente biológico?