
Lembro da minha primeira leitura de Mario Vargas Llosa. Foi La ciudad y los Perros, e juro que nas primeiras dez páginas eu queria jogar o livro longe, mas como precisava ler para uma disciplina na faculdade, continuei, e ao final da leitura, o livro entrou pra minha lista de livros preferidos. Depois disso eu pensei que seria difícil me surpreender com algum outro livro do Vargas Llosa, e esperei dois anos para ler La Casa Verde. Livro longo, difícil, demorado, mas com os mesmos encantos do outro que eu havia lido anteriormente. Vargas Llosa é um escritor peruano, um dos nomes mais importantes do chamado boom da literatura latinoamericana, ao lado de García Márquez, de Carlos Fuentes, de Cortázar e de tantos outros. Seu estilo é único, particular. No caso de La Casa Verde (como também é em La Ciudad y losPerros), a obra toda é um quebra-cabeça, cheia de pequenas partes que funcionam como peças, e somente juntando essas peças é que se pode ter uma ideia ampla do enredo. A leitura exige um leitor inteligente e atento. As vozes de diversos personagens se entrelaçam, tendo como pano de fundo a história da Casa Verde, um prostíbulo que muda a vida da cidade e de seus habitantes. Assim como em La Ciudad y los Perros, a leitura começa difícil, até um tanto chata, mas vale a pena superar as primeiras páginas pra começar o interesse pelo livro. Uma história bonita não só pelo seu argumento, que a meu ver é fantástico, mas também pela escrita, pela maneira única que Vargas Llosa tem de narra uma estória. Literatura inteligente, desafiadora, inovadora. Literatura feita por quem sabe fazer. É por isso que Vargas Llosa entra agora para minha lista de escritores preferidos.
Observação: aos interessados, existe tradução em português.