domingo, 27 de fevereiro de 2011

Laços de Família - Clarice Lispector.


A escrita de Clarice Lispector é densa. Talvez por isso, a primeira vez que li Laços de Família (e era a primeira vez que lia Clarice) achei o livro confuso e entediante. Talvez porque o que marca a escrita de Clarice é exatamente essa subjetividade, essa imersão do narrador no íntimo do personagem. Suas estórias não apresentam um grande enredo, ao invés disso o narrador desvenda o interior do personagem, apresentando suas reflexões, seus dilemas, seus dramas, seus questionamentos, sua existência conflituosa. Apesar de seu vocabulário simples, Clarice nos leva por caminhos inquietantes, capazes de nos proporcionar momentos de epifania. Neste livro de contos, os detalhes do cotidiano são desmascarados e revelados sob o olhar atento da escritora.

8 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

Discordo, acho que o que mais salva os livros de Clarice é o vocabulário: é simples, mas gosto de pensar que menos é mais. Acho sofisticado no fim.

Li esse livro três vezes já (sabia que um dia eu ia comentar um livro que eu havia lido também, emoção demais, rs) e só consigo dizer que gosto por respeito a tentativa dela de escrever. Acho Clarice boa, poderia ser excepcional, mas se perdeu em si mesma demais, deveria ter se encontrado.


Beijo, bRu.
Saudadona.

Palavras Vagabundas disse...

Eu gosto de Clarice, mas particularmente não acho ela excepcional. Eu tenho uma implicância toda especial por autores, que ninguém leu, mas todo mundo cita! Gosto de Laços de Família, mas concordo com o Marcelo ela se emranhou num labirinto sem saida.
bjs
Jussara

Unknown disse...

Minha primeira vez aqui. Achei interessante a iniciativa de resenhar os livros.
Em 2005 dirigi um documentário chamado SEBOS. Era sobre a origem dos livros, seus compradores, vendedores e colecionadores além é claro de falar do livro como objeto icônico na cultura de massa, então falamos desde a origem do papel até o início da tipografia. Ficou muito interessante.
E aqui está a prova. Um blog dedicado aos livros e às boas leituras.

Boa iniciativa Bru, embora escreva para você agrada aos outros também.

Lu Pinheiro disse...

Desculpe invadir seu blog e já ir te seguindo. Sou apaixonada pelos livros e por uma boa leitura. Vou sempre aparecer por aqui para uma visitinha e ficar por dentro de leituras apaixonantes.

David Ramos disse...

Ola meu lindo!!

Nossa adoro Clarice, mas te digo, a primeira coisa que li dela foi Perto do Coração Selvagem, que seu não me engano foi o seu primeiro livro.. eu tinha 19 anos... eu li e pensava: meu deus como ela enrola! achava tudo muito introspectivo... mas insisti e li até o fim.. ai fui lendo outras coisas, nem sei te dizer por que dessa insistencia na época, ja que o primeiro livro me deu essa impressão.. hoje reli todos que li na época e adoooro!

Beijos meu lindo

Tiago de Oliveira disse...

Caro Bruno, vejo que o que Clarice mostra, na verdade, é que há sim um enredo. E ele é grande. Leu água viva?

E tens razão quando diz que ela escreve simples. Quantoo mais a leio (e releio) vejo que escrever simples não é para qualquer um.

O que mais acho incrível em Clarice é que ela assume a Não-escritora que é. Não que ser escritor seja de um todo ruim, mas ser escritor é ter padrão, seguir paradigmas. O padrão de Clarice é não ter padrão. É a pura liberdade de escrever.

No mais,
prazer em lê-lo.

railer disse...

lembro de ler esse livro para o vestibular e não gostei.

fauller disse...

Enfim meu querido, você foi iniciado no mundo da maior escritora desse país.
Viva a Clarice, ela é foda!