sábado, 9 de outubro de 2010

O falecido Mattia Pascal - Luigi Pirandello


O homem é aquilo que ele de fato quer ser? Será que no fundo não passamos de um conjunto de convenções sociais, culturais, políticas e religiosas? É essa questão, a da identidade, que aparece no romance O falecido Mattia Pascal, de Luigi Pirandello. Mas além da questão da identidade, o romance mostra quão utópica pode ser a liberdade a que tanto aspiramos. Mattia é um homem que se vê levado pelas circunstâncias a viver uma vida que o angustia tanto a ponto de fazê-lo fugir de sua esposa e sogra. Durante sua fuga, alguém em sua pequena cidade morre, e na volta, a caminho de casa, Mattia descobre que o corpo identificado como morto é o seu. Diante da possibilidade de ser outra pessoa, Mattia então se aventura por novos horizontes com seu novo eu, e é a partir daí que o conflito da identidade começa a nascer. Quem ele é agora? De repente nosso personagem descobre que não pode ser o homem que gostaria de ser se não obedece a certas “regras” sociais. A felicidade a que tanto aspira se vê comprometida por não fazer parte da sociedade, afinal, ele está morto legalmente. Com um texto em que a ironia se faz sempre presente, Luigi Pirandello nos faz pensar no papel do homem na sociedade, em sua liberdade e até na própria vida. O romance mostra as máscaras que devemos vestir se queremos fazer parte do mundo. Ganhador do Nobel de literatura, Pirandello é um dos autores indispensáveis pra quem pretende entender um pouco das máscaras que levamos enquanto vivemos. Vistamos as nossas.

8 comentários:

Magno A. disse...

será que o homem é aquilo que ele quer ser?
Faço tal pergunta todos os dias.
abração, lindo.

Anônimo disse...

"não somos o queríamos ser. Somos um breve pulsar"

Lembra destes versos? São do Jorge Drexler, traduzidos. Estão lá no InterTextual, cantados.

Que bom que gostou do novo poema. Continue acompanhando.

David Ramos disse...

Nossa Bruno!! ta ai um autor que nunca li e nem ouvi falar! Vou atras do livro, gostei do que vc escreveu!

Beijos meu amigo

Marcelo R. Rezende disse...

Ah, fazer uso de máscaras é necessário, mesmo que isso soe estranho. Não que que falsidade e dissimulação sejam armas necessárias pra se viver, mas viver sem elas é difícil, é um pouco impossível.

Não acho que a gente deva viver pelos outros, uma vida dos outros e nem sei se todos devem ser livres - até porque não acredito em liberdade. Mas acho que fazer o que se quer é muito importante. Porque, às vezes, nossa passagem por aqui nem é por nós, mas por aquilo que a gente, sem saber, leva aos outros.

Marcelo R. Rezende disse...

Mas eu acabei de postar, poxa!

Unknown disse...

Sabe que sinto uma inveja, se ela pude ser branca, de quem consegue mesmo tempo para uma boa leitura.
Dessas de poder expressar opinião critica dps de acabada.
Eu passo por quase tudo na corrida.
É desculpa?
Sei lá!
É verdade! Só isso!

Essas dicas só me angustiam sobre as coisas que estou perdendo!

Abraço!

fauller disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
fauller disse...

bRu

Seu texto é realmente muito estimulante, fico com vontade de ler o livro.
Olha, eu entendo bem quando fala sobre toda essa questão de mascara, mas...acredito que também é sempre possível criar escapes, caminhos, lugares muito especiais, sejam eles físicos ou virtuais, em que possamos ser nós mesmos. Eu exercito me permitir todos os dias, é um grande exercício, cada dia avanço um pouco mais, pois a sociedade trata de oprimir, e se a gente deixa se f...

Grande beijo.