domingo, 12 de setembro de 2010

El amor en los tiempos del cólera - Gabriel García Márquez.


Um homem espera pelo grande amor da sua vida durante meio século. Durante meio século ele deseja que seu rival, o esposo de sua amada, morra, para que ele enfim possa viver a felicidade ao lado da eleita do seu coração. Isso nos soa como alguma obra da fase romântica, desses amores impossíveis que encontramos na literatura de José de Alencar ou de Bernardo Guimarães. No entanto, engana-se quem assim julga. O enredo descrito trata-se nada mais nada menos do que mais uma estória do Nobel Gabriel García Márquez. El amor en los tiempos del cólera é um romance com um argumento desses mais açucarados que a literatura pode conceber. Para quem conhece a escrita de Gabriel desconfia de que eu esteja falando dele mesmo. Mas é exatamente a escrita usada pelo escritor que faz desse argumento açucarado uma estória complexa e humana. No primeiro capítulo já ficamos a par de acontecimentos que, seguindo a linha do romance tradicional, seriam deixados para o final. Aqui não. O começo do livro traz Fermina Daza casada com Juvenal Urbino, mas algumas páginas depois se descobre que seu amor do passado foi Florentino Ariza e a partir disso o escritor nos presenteia com uma escrita capaz de colocar ordem no meio dessa desordem aparente. Como ele faz em Crónica de una muerte anunciada, em que já desde a primeira frase do livro anuncia que Nasar vai morrer, aqui também temos informações que antecipam o desenrolar da trama. O autor joga com o tempo, trabalhando-o de maneira não linear, e à medida que a estória avança, ele vai construindo sua fábula. Só alguém com uma escrita muito poderosa é capaz de tornar um argumento tão açucarado em um dos livros mais bem escritos da literatura latino americana. Para quem tiver tempo e disposição de percorrer as quase quinhentas páginas, fica a sugestão. Uma leitura encantadora. Uma visão peculiar do amor e seus sintomas.

5 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

Esse livro já me foi recomendado por uma dúzia de pessoas. Tenho que criar vergonha na minha face e lê-lo.

Beijo, Bru.

David Ramos disse...

Bruno meu querido, como eu ja tinha prometido a vc e ao Cristiano (Apimentário), agora que o Gardenal esta sumindo da minha cabeça irei ler mais e começarei assistir a mais filmes.
Gabriel G Marquez ja esta na minha lista de livros, só que meu caro, irei lê-lo em portugues, nad como minha lingua pátria!

Beijos meu lindo

Cáh disse...

exato,
uma visão peculiar.


=)


Um Beijo

Anônimo disse...

Bruno, seguem tuas palavras bem empregadas (já estava sentindo falta, sabia?)

Quanto ao Gabriel Garcia Marquez, cada leitura são cem anos a mais de emoção.

Obrigado pelos comentários no InterTextual, sobretudo porque me soam bastante atentos e delicados. Não deixe de acompanhar, ok?

Um abraço forte.

Richard Mathenhauer disse...

Li o livro (deste autor que é um dos meus queridos companheiros de silêncio) e vi também a versão para o cinema. Bom você tê-lo citado!

Abraços,